Thor e Apolo: Em Busca de Atlântida - Página 11
Capítulo 11
As lâminas das katanas se chocaram produzindo uma rajada de vento tempestuosa, que arrastou os dois homens para trás, mas no momento seguinte, os dois homens se chocaram novamente. O Lendário Viking de Reiwa não usava nem um porcento de seu poder contra o General Guts. Não que ele estivesse subestimando o homem, mas ele era um novato em empunhar uma espada e isso era notável. O General Guts era excepcional em matar com arco e flecha, mas sua habilidade com uma katana era um pouco desengonçada e engraçada.
— Flexione seus joelhos para me atacar! — pediu o lendário homem, bloqueando um ataque do General Guts com o cabo da katana logo em seguida. — Tente enganar seu inimigo usando blefes.
O General Guts flexionou os joelhos, fazendo a sua cintura fina se destacar em sua túnica de tecido fino. Ele fingiu que iria atacar o Lendário Viking de Reiwa pela esquerda e acabou atacando-o pela direita.
Ele, distraidamente, perdeu o controle de seu corpo e caiu no chão.
— Como eu já fui capaz de fazer um movimento contra você?! — O General Guts se recompôs, ofegante. — Você está pegando leve comigo?
— Eu… — O Lendário Viking de Reiwa sorriu levemente e desviou o olhar. — … me distraí.
— Se levante então. — ordenou o General Guts, não aceitando a resposta.
O General Guts estendeu a sua mão na direção do Lendário Viking de Reiwa. Ele se levantou com a ajuda dele e ergueu a sua katana contra o homem novamente.
— Não pegue leve, eu não sou um calouro. — pediu.
O Lendário Viking de Reiwa não respondeu e apenas partiu para cima do General Guts. Ele, como um raio, se aproximou do homem arrogante e ergueu a katana fazendo um movimento surpreendente! Atacou o General Guts de frente, no último momento então, girou seu corpo e apareceu atrás dele, virou os braços para o lado, próximo ao seu ombro direito e enquadrou o General Guts. A lâmina fria da katana estava no pescoço branco como neve e o Lendário Viking de Reiwa estava atrás dele, que surgiu como um fantasma e atacou-o em um piscar de olhos.
O Lendário Viking de Reiwa abaixou sua katana e disse atrás do General Guts:
— Não posso tratar você como um veterano, se não esta lâmina teria te decapitado.
— Tem razão, eu subestimei a sua força. — General Guts olhou para trás e disse levianamente.
— De certa forma — O outro se recompôs e ficou de frente para o General Guts. — Mas isso porque tenho seis anos de treinamento. E se você fosse me caçar com seu arco e flecha… eu com certeza seria morto.
— Podemos treinar. — O General Guts jogou a sua katana o respectivo dono.
— Caçar-me? — Ele agarrou a katana e ergueu as sobrancelhas. — Por acaso pensa em ceifar a minha vida?
— Estou dizendo trocar experiências. — O General Guts olhou levianamente para ele e se virou para pegar seu arco e flecha dentro da tenda.
O arco era tão grande e pesado que uma pessoa normal não iria conseguir erguê-lo. Ele era dourado e adornado com letras estranhas; talvez escritos na língua materna do General Guts, grego. Ele pegou a sua aljava cheia de flechas pontiagudas e colocou nas costas. Sua postura ficou perfeita, esguia e digna de um general de guerra.
O Lendário Viking de Reiwa assistiu em silêncio o General Guts pegar três flechas certeiras. Ele ergueu lentamente os olhos na direção dele, os cílios volumosos tremeram um pouco quando ele fechou um olho, para que pudesse se concentrar na direção em que as flechas seriam lançadas. Os lábios dele ficaram entreabertos e ele ergueu o arco, puxou a corda tecida em ouro e disparou as três flechas pontiagudas ao mesmo tempo na direção do Lendário Viking de Reiwa!
O General Guts assistiu friamente o trajeto das flechas.
Nenhuma flecha havia acertado o alvo, pois por mais que as flechas estivessem indo na direção dele, no último momento, as elas tomaram rumos diferentes como se fossem controladas por uma força invisível, um poder oculto. As flechas acabaram acertando três árvores diferentes.
— Como é possível executar essa manobra?! – perguntou o lendário, espavorido.
O General Guts abaixou o seu arco lentamente.
— Isso é um blefe para o inimigo se assustar. Além do mais, a ponta das minhas flechas são feitas com uma pedra do Olimpo, elas podem ser repelidas de um alvo se eu quiser. Ao menos, foi o que o meu mestre disse.
— Incrível. Isso foi realmente incrível. Quem é o seu mestre?
O General Guts ignorou a admiração dele e encarou o céu que estava escurecendo.
— Deveríamos terminar aqui.
O Lendário Viking de Reiwa também percebeu que o céu estava escurecendo e notou que o tempo havia passado muito rápido.
— Tem razão.
— Amanhã devo ir à sua residência no mesmo horário? — perguntou o General Guts, enquanto andava em direção às flechas que foram lançadas sem intenção assassina.
Ele agarrou uma flecha profundamente introduzida no tronco da árvore e puxou-a. Ele deu uma breve olhada para o Lendário Viking de Reiwa e disse o que se esperava.
— Não se preocupe, eu irei para sua residência todos os dias para as sessões do menino.
— Obrigado — Sorrindo, respondeu. — Devo ir agora.
O General Guts apenas acenou levemente com a mão e se preocupou em remover as outras duas flechas dos troncos das árvores.
Sendo realmente um treinamento, um aquecimento, e não um duelo, o Lendário Viking de Reiwa achou melhor encerrar sua aula com o General Guts bem cedo, para que pudesse, sorrateiramente, sair um pouco da Ilha de Reiwa através de um barco, planejando retornar apenas a noite. Todavia, no meio do caminho, aconteceu uma situação extremamente maçante.
Um ancião do Conselho em Alto-Mar acabou encontrando-no.
Os anciãos eram os responsáveis por ditar as regras da Ilha de Reiwa, cuidar dos assuntos do Lendário Viking de Reiwa, administrar as cidades da ilha e controlar toda a riqueza dos saques.
— Thorfill — chamou-o o ancião de rosto azedo. — Logo você foi capaz de cometer uma grave violação estando fora? Pela segunda ordem, não se deve permitir a entrada de estrangeiros em nosso lar. Qual parte do decreto não se tornou entendível?
O Lendário Viking de Reiwa mastigou seus lábios com raiva.
— Mas que diabos de roupa é essa que você está usando?! — A impaciência explodiu na face do ancião. — Maldição, onde está a vestimenta oficial que não se encontra no seu corpo?!
— Ela… — O outro não mediu esforços, deu um sorriso forçado. — Eu esqueci de colocá-la.
E ele realmente havia se esquecido!
O ancião do Conselho em Alto-Mar rapidamente arrastou-o para a sede da cidade Sukaipia. Ele foi obrigado a vestir uma calça feita de pele de lobo fervida em piche, grossa e resistente. Uma blusa fina de seda e por cima uma armadura vermelha-sangue adornada com acessórios dourados. Era claramente um traje de guerra, muito usado pelos Lendários Vikings de Reiwa passados. Realmente não havia necessidade de usá-la hoje em dia, mas os anciões insistiam em fazê-lo usar aquela coisa brega por teorizar que a qualquer momento iria eclodir uma guerra sob a Ilha de Reiwa. Ele calçou um par de botas pesadas e algumas mulheres vikings fizeram várias tranças finas em seu cabelo loiro escurecido, prendendo-as na lateral de sua cabeça.
O Lendário Viking de Reiwa bufou amargamente, pois não queria vestir aquela armadura estrovenga. Após estar prontamente vestido, ele saiu correndo da sede!
Já estava acontecendo o pôr do sol, era a hora do galo debicar algumas minhocas e elel sentiu um gosto amargo na boca.
Havendo planejar que, assim que terminasse o aquecimento do General Guts, dar uma breve navegada pelo mar seria perfeito. Mas seu plano acabou sendo destruído pelo ancião!
O Lendário Viking de Reiwa não gostava da vestimenta oficial.
Não gostava de ficar na ilha.
Ele queria ir para o mar.
Um viking pertencia ao mar…
Todavia, por que ele estava preso em uma ilha?
Ele retornou para a realidade — saindo de sua agonia, percebeu que vários vikings estavam correndo em sua direção para pedir favores. Ele estava muito ocupado com as queixas da cidade Báltica e as queixas dos Vikings Mercantes, portanto não teria tempo para lidar com o seu povo por enquanto. Então, virando-se com maestria, ele se preparou para correr, mas foi abatido no meio do caminho por vários homens grandes de corpos musculosos.
Ao contrário de favores, os vikings que o seguravam disseram:
— Lendário Viking de Reiwa, é a hora do banho comunitário.
— Rapto, rapto, rapto — Os mesmo Vikings de Reiwa cantarolaram. — Levar os ratos e as ratazanas para o mato, encontrar uma fonte de água rasa, lavar bem a coisa chata. Rapto, rapto, rapto.
Enquanto arrastavam-no pela estrada, eles iam capturando vários outros homens pelo meio do caminho enquanto cantavam a música do rapto, já que nem todos os vikings queriam tomar banho.
— Hoje irei tomar banho sozinho, em uma tina de lavagem, então me deixem! — Um homem de voz conhecida estava vociferando enquanto era arrastado. — Marrie, salve seu bebê! Eles vão apertar o meu precioso membro se eu ir tomar banho!
— Han? Quem quer apertar isso? — perguntou a chamada nas proximidades da estrada. — Se abstenha de inventar desculpas e vá tomar banho.
— Querida Marrie! — Enquanto o homem ainda vociferava, o Lendário Viking de Reiwa observava silenciosamente.
Como Flony era escandaloso!
— Cala a boca, maldito! — Um homem ruivo o segurava. — Que porcalhão, como a sua mulher aguenta este teu cheiro de peixe?
— Feup, já sou possuidor de beleza reluzente, não tenho que ser cheiroso também. — disse Flony.
— Graças a Odin, Aske é bonito e cheiroso! — Feup regozijou-se no meio da multidão de homens.
Ao lado, um homem de semblante sério não disse nada diante das palavras de Feup. Aske apenas olhou-o e depois se afastou, indo para o lado do Lendário Viking de Reiwa, que ainda era segurado por dois vikings fortes, que temiam que ele fugisse do banho. Correndo para um rio nas proximidades da cidade, um grupo de Vikings de Reiwa, com apenas panos de seda tampando suas partes íntimas, se aproximaram de um rio de água fria e se acovardaram.
— Não! — vociferou Flony. — Escolho a morte, a morte!
Um pequeno Viking de Reiwa colocou apenas a pontinha do pé na água e sentiu todos os ossos do corpo congelarem.
— Ai, eu não quero tomar banho mais…
— Bell, entra nessa coisa! — disse Feup, estando indignado. Ele se aproximou para que pudesse jogar Bellamy no rio. — Você brincou com aquele porco, aquele que eu ia abater para comer, e agora você está fedendo.
— Ah, estou ouvindo o Thorfill me chamando, devo partir. — Disse Bellamy, inesperadamente sem notar que seu irmão estava dentro da multidão de homens nus.
Os Vikings de Reiwa ficaram impacientes, eles começaram uma balbúrdia sem fim.
— Vamos fazer uma votação para quem irá entrar primeiro!
— Iremos todos juntos!
— Não, um precisa se sacrificar.
— Sim, joga a sua mãe ali na água então.
— Ih, eu não deixava.
De repente, houve um grito estridente de dor que fez a pele de todos arrepiarem com agonia e medo.
— QUEM AGARROU O MEU INSTRUMENTO?!
Flony apareceu com o rosto vermelho de fúria. Diante disso, os Vikings de Reiwa sorriam nervosamente diante da besta feroz que despertaram. Flony pegou Feup ao lado e o lançou na água, depois Bellamy, depois outro viking, desviando-se de Aske, empurrou outro viking para o rio e depois tentou empurrar o Lendário Viking de Reiwa, mas não conseguiu tirá-lo do lugar.
— Foi você?! — vociferou Flony, aos berros agudos.
O Lendário Viking de Reiwa ficou empalidecido!
— Eu? Está maluco? Eu sou o seu irmão! — Ele brandiu sua mão para dar um tapa no ombro de Flony.
Não foi um tapa forte, mas Flony foi lançado longe, caindo no rio e finalmente tomando banho.
— Isso, Lendário Viking de Reiwa! Ele finalmente tomou banho! — Feup bateu palmas com felicidade, mesmo estando dentro do rio de água insuportavelmente gelada. — Mas quem foi crucial para o objetivo ser alcançado foi eu! Eu agarrei o instrumento!
— Um homem de valor, bastante corajoso! — exclamou um viking.
— En, isso não foi nada. — Feup deu de ombros.
Bellamy nadou como um peixe, esquecendo-se de se esfregar para que o cheiro ruim pudesse dissipar-se. Sob o entardecer, os vikings tomaram um banho — sendo sincero, aquilo era um tortura. A questão era: o Lendário Viking de Reiwa não havia levado um pano de seda para secar-se e cobrir-se, o que um homem deveria fazer em uma situação dessas? Sem o companheirismo de seus amigos vikings, ele pôde apenas sair pelado pela floresta. Cenas assim não eram incomuns mesmo, ele sempre esquecia o pano em sua toca e só notava depois de finalizar o banho agoniante. Afastando-se do rio com a presença de Bellamy, os dois foram para um caminho que, supostamente, poderia ser um atalho para evitar pessoas e se aproximar da toca dele sem se encontrar com alguém.
Andando lentamente, Bellamy amarrou um paninho de seda em sua cintura.
— Está na sede, uma criança não é obrigada a tomar banho. Aquele Feup, indo contra as leis… maldito! Maldito!
— Quanta raiva para um pequeno ser — disse o Lendário Viking de Reiwa, com incômodo. — Vamos rápido, está escurecendo!
Bellamy tremeu de medo.
— Vamos logo, irmão!
Eles dois rapidamente chegaram na toca dentro da colina, e não tiveram o infortúnio de se encontrar com ninguém.